O papel da comunicação interna na experiência do colaborador

PUBLICADO POR SEEPIX COMUNICAÇÃO EM 21/02/2025

Nos últimos anos, o conceito de Employee Experience (EX) tem ganhado destaque nas empresas, refletindo uma mudança de mentalidade sobre a relação entre empregados e empregadores. Mais do que um conjunto de benefícios, a experiência do colaborador é a soma das percepções, emoções e interações que ele tem ao longo de sua trajetória em uma organização.

Um estudo da The Josh Bersin Company, publicado em 2021, envolvendo 982 companhias, revelou que as participantes que haviam adotado práticas avançadas de employee experience registraram maior engajamento e retenção de talentos, o que se transformou em um importante diferencial competitivo.

Outro impacto significativo ocorre no clima organizacional e na reputação da marca empregadora (employer branding). Quando os próprios funcionários se tornam promotores da empresa, compartilhando experiências positivas, a organização passa a ser vista como um ótimo lugar para trabalhar, atraindo os melhores profissionais do mercado.

A satisfação dos colaboradores também influencia favoravelmente a experiência do cliente final. Funcionários engajados oferecem um atendimento mais eficiente, promovendo a satisfação e a fidelização dos consumidores. Consequentemente, isso pode resultar em aumento de receita e fortalecimento da reputação da empresa.

Apesar dos benefícios, implementar uma estratégia eficaz de EX apresenta desafios. Um dos principais desafios é a resistência à mudança, especialmente em organizações com culturas organizacionais tradicionais ou pouca abertura para inovação.

Já a falta de alinhamento entre as expectativas dos colaboradores e as práticas da empresa pode gerar insatisfação. Por exemplo, se a corporação promove uma cultura de flexibilidade, mas na prática exige presença constante no escritório, os funcionários podem se sentir desmotivados e desconfiados. Essa discrepância pode levar ao aumento da rotatividade e à perda de talentos valiosos.

A comunicação interna na linha de frente

Construir uma jornada positiva para o colaborador requer estratégia, e é justamente aí que a comunicação interna ganha protagonismo. Quando bem estruturada, ela tem a capacidade de conectar as pessoas à cultura organizacional, pois proporciona clareza, fortalece vínculos e cria um ambiente onde os profissionais se sentem valorizados e pertencentes.

No entanto, a comunicação interna também enfrenta desafios significativos, como engajar as lideranças, alcançar públicos operacionais e gerenciar o excesso de informações. Superar essas barreiras requer estratégias que descentralizem a produção de conteúdo, humanizem as mensagens e ampliem o uso de tecnologias e plataformas digitais para facilitar o alcance e a efetividade da comunicação.

Outra estratégia poderosa é o storytelling interno. Compartilhar histórias reais de colaboradores, mostrando suas jornadas dentro da empresa, cria identificação e reforça o senso de pertencimento. Programas de reconhecimento também são fundamentais nesse processo, pois destacar conquistas individuais e coletivas contribui para a motivação e a valorização dos profissionais.

Eventos e rituais corporativos são mais um elemento importante na construção de uma EX impactante. Momentos de interação, seja no formato presencial ou online, ajudam a fortalecer laços e aproximam as equipes, promovendo um ambiente mais colaborativo e engajador.

A liderança comunicadora na experiência do colaborador

Na construção de uma experiência positiva do colaborador, os líderes são a interface direta entre a empresa e suas equipes, influenciando diretamente a motivação e o engajamento. Uma gestão próxima, empática e alinhada à cultura organizacional pode transformar o ambiente de trabalho e potencializar os resultados da estratégia de employee experience.

Mas para que isso aconteça de forma eficaz, as lideranças precisam ser preparadas e conscientes dessa responsabilidade. É comum nas empresas que os líderes sejam promovidos com base em competências técnicas, sem o devido desenvolvimento de habilidades de comunicação e de gestão de pessoas. Mentorias, treinamentos contínuos e um modelo mais humanizado de liderar são fundamentais para criar um ambiente acolhedor e inspirador para as equipes.

Novamente, a comunicação interna desempenha um papel estratégico nesse processo, fornecendo suporte e diretrizes para que os líderes se tornem agentes ativos da experiência do colaborador. Isso envolve desde a oferta de materiais e canais de comunicação acessíveis até a promoção de encontros periódicos para alinhamento e troca de boas práticas. Quando os gestores compreendem a importância de sua atuação e se sentem apoiados, a comunicação se torna mais fluida e eficaz.

Outro aspecto crucial é a coerência entre discurso e prática. Se a liderança promove uma cultura de feedback contínuo, mas não estabelece momentos para ouvir sua equipe, ou se valoriza a inovação, mas não dá espaço para novas ideias, a credibilidade da empresa pode ser comprometida. Por isso, é essencial que os gestores sejam os primeiros a incorporar os valores e comportamentos que a organização deseja fortalecer.

Uma liderança engajada e bem-preparada ainda tem o poder de transformar a cultura organizacional, impulsionar o desenvolvimento dos colaboradores e fortalecer a marca empregadora. Ou seja, investir em desenvolvimento e na integração entre liderança e comunicação interna é um passo essencial para criar um ambiente de trabalho mais colaborativo, transparente e inspirador.

Proporcionar uma experiência positiva para o colaborador não é um processo imediato, mas um esforço contínuo que exige atenção, escuta ativa e adaptação às novas realidades do mundo do trabalho. Ao posicionar a comunicação interna no centro dessa estratégia, as empresas podem transformar a jornada dos colaboradores e, consequentemente, impulsionar seu crescimento.